sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem pulsos

Um pouco pálida estava a garota no chão do quarto Moribunda, fria e sem pulsos?-perguntava a empregada Quando será que o beijo da morte chegou? Ninguém ouviu o cair daquele corpo As roupas escuras, e o rosto depressivo estirados no chão Assassinato premeditado, aqueles olhos estão fechados Trazia consigo um sorriso congelado e intacto desde a infância Aquela manhã enrolarada não trouxe boas notícias "A garota está moribunda"-era tudo que diziam na cidade A porta foi aberta, o corpo carregado, grito de desespero Um triste fim sem qualquer sentido para um dia como aquele Alguns comprimidos ainda restavam perto das mãos frias da moribunda E assim morreu, sem deixar sinais ou justificativas Foi-se sem despedir ou ganhar um abraço afetuoso Fechou os olhos antes que pudessem dizer adeus, Fechou os olhos sem pedir pra Deus.