Eu deveria morrer, sei lá, sair de casa.
Ou melhor colocar minha irmã para fora de casa... quem sabe assim mamãe me adora, ou volta a me amar.
Era boa a vida como levava, nada a fazer, nada a pensar ou nada para chorar.
Humilhações, gritos, raiva e tudo de ruim que você pode imaginar, esta garota trouxe na mala.
Se não bastasse retirar todas as minhas regalias ainda conseguiu fazer aquela mulher, genitora na qual tudo que oferecia a mim era amor.
Um novo ser dentro de casa, muitos sapatos, muitas intrigas e angústias.
O ser?
Alguém que nasceu da mesma mãe, minha irmã.
Faz tudo para me magoar, apunhalar pelas costas e me humilhar, quando finalmente o fim de minha adolescência estava a tona... eis um ser surgindo para acabar com o que chamamos de "paz" e amizade com mamãe, ela dizia que eu fazia tudo para vê-la bem e dizia isto ao vento.Este cenário tem mudado e a única culpa é de uma garota que pasme...é minha irmã!
Até quando meus sentimentos irão aguentar?
Não sei, o que sei é que sinto-me esmagada, arredia e chorosa todos os dias do acordar ao dormir.
Sou uma estranha dentro de casa, um dia a mesma foi jazigo, ao contrário de hoje, calabouço, mas o que me faz ficar aqui?
Falta de esforço e a vontade de ser amada, deste modo sou eu uma estranha dentro de casa, apenas mais uma só a espera de ser amada por aquela que deveria afagar meus cabelos ao contrário de humilhar e permitir que alguém tão filha quanto eu faça tantas desfeitas.
Assim eu tento apenas um pouquinho, tentar mudar e procurar afago na poesia.
Se um dia alguém me ver a chorar, saiba que a culpa é daquele ser, não me julgues ou tenha pena de mim, apenas reflitam o que eu era e o que sou hoje, apenas um ser menor que o grão de areia debaixo do sapato de mamãe, é assim que todos veem dentro de casa.
Quem sabe um dia volto a ser amada, quem sabe um dia eu caio da escada.